sábado, 26 de dezembro de 2015

OUVIR OS MAIS VELHOS(E ATENDER AOS MAIS NOVOS)



Há mais de dois anos não publico aqui...hoje meu filho achou por acaso e me pediu para voltar a escrever, meio que dando bronca(e como eles conseguem fazer isso bem!)..e eu , obediente, voltei.

Falo sempre da relação de professor-aluno-pais, porque esse é meu universo mais frequentado,o que não deixa de ser relações humanas, e por tanto hoje vou falar dos conselhos de mais velhos. Aqueles que às vezes parecem piegas, mas na verdade são quase pragas...não aceita para você ver? Dá azar!

Dois anos atrás(quase logo depois de ter publicado aqui..coincidência!) um indivíduo atropelou meu carro com o dele.. Um desconhecido, para ser exata. Mamãe aconselhou deixar para lá..mas certa da justiça humana, entrei numa ação, perdi, recorri e cansei..A justiça falhou. Vou pagar o conserto daquele que me avariou. Mesmo convicta de ter sido a vítima, mesmo com tudo provando isso..mas justiça tem as vendas, né? Me resta acatar e lembrar o conselho da minha mãe..

E quantas vezes fazemos isso? Quantas vezes não deixamos para lá? Quantas vezes a mágoa nos corrói e por quanto tempo a gente permite isso? Quantas vezes a gente reage, explode ou simplesmente ignora , certa de que somos vítimas ? E por vezes somos..mas e daí? Quem se importa?
Que diferença vai fazer para a vida daquela pessoa que te magoou ou te feriu se você era vítima ou não? Vai fazer diferença para você que além do sofrimento na hora, vai ter que carregar essa mágoa sozinha,,por sei lá quanto tempo!

Então , meu conselho hoje que tenho já 40 anos é o mesmo da minha mãe: Deixa para lá...Deixa pra lá a pessoa, a ocasião, a raiva,a mágoa , o sentimento, a pedra que é essa lembrança. Não creia na sua justiça nem em outra que não seja divina. Deixa para lá!Você vai perder, sim. Mas só a chance de não carregar mais o peso que lhe conferiram, ou a indenização que não é devida. E isso é lucro.Acredite!

Tudo na vida acontece por uma razão, e a gente escolhe que razão é essa: Razão que me faz amadurecer e produzir pérolas(parafraseando a ostra que produz na dor) ou razão que me faz infeliz por um infinidade de tempo através da indiferença do outro e do meu próprio sofrimento. Sua escolha

Bom fim de 2015!!!

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Pais e Professores....Eis a relação!!

Constantemente essa relação entra em choque e nem passa percebida. As duas esferas se situam na mesma órbita, girando em torno do mesmo ser, mas com uma disparidade absurda...Fico pensando em quando se tornaram imperceptíveis, e ainda em quando voltarão a se ver e se tocarem? Professor tem seu papel definido, os pais idem. Ambos anseiam (por um período em comum ) chegarem ao mesmo objetivo, que é ver a criança feliz, acomodada e aprendendo. Daí a questão: Se o objetivo é o mesmo, por que não andam juntos?  Se por uma lado é comum ouvir que os pais não participam, quando no papel de professor, por outro é doloroso ver que o professor não atentou a uma mensagem sua, enquanto mãe..

Fico confabulando como seria o comportamento trocado desses seres importantes demais, que não se tocam!Como pensaria o professor, estando no papel de pai, ao ouvir suas queixas de que "os pais nem se importam?". Como reagiria o pai , estando no papel de professor ouvir de seu aluno(filho) que "meu pai falou que você manda coisas demais e que ele não tem tempo!"?

Há professores que se queixam de responder a tantos recados da agenda, há ainda os que sucintamente o fazem e os que simplesmente ignoram. Há pais que jamais leram a agenda do filho, e os que se incomodam com tantos recados.

Eu vivo todos os dias esses dois lados, e fico machucada com essa distância imaginária absurda que fora construída desde não sei quando. Ora, se cada um desses usassem a regrinha de ouro: "Somente faças ao outro o que queres que te façam" ficava fácil.

Como professor basta se colocar no lugar do pai, e pensar: " Como pai, como eu gostaria de ser respondido?" e como pai basta se colocar no lugar de professor e se perguntar:" Como professor , como eu gostaria de receber essa mensagem?". Pronto...receita feita. Como mãe eu adoro que os meus recados sejam respondidos, porque vejo neles um meio de comunicação que muitas vezes não é possível fisicamente. Como professora respondo com alegria ( e não há exagero algum aqui) todos os recados o mais detalhado possível. Isso consome menos que 10 minutos da minha rotina, e frequentemente me garante a participação dos pais por uma ano inteiro! 

Não consigo ver lógica no comportamento do professor que expõem o aluno diante de um recado recebido, com comentários como: " Poxa vida, fulaninha, eu já tinha te falado como era isso, não precisava sua mãe escrever!" ou ainda " Mais um recado? Você falou para sua mãe o que combinamos?"  Isso para alunos com menos de 10 anos de idade e pasmem, diante da sala toda!!! A aluninha vai sim levar o recado para a mãe, na verdade como súplica: " Por favor, não mande mais recados não? A professora não gosta!". Acabou a relação...Fim da ligação!! 

Eu prefiro infinitas vezes mais o pai e mãe que me mandam recados, não importa com qual frequência e nem de que tamanho, ao que eu não consigo contatar nem via agenda, nem telefonando, nem mandando recados...Eu estou com o que eles têm de mais valioso, e preciso dizer a eles como está sendo nossa relação! 

Resultado desse paradigma é que os professores sofrem com a própria atitude.A ficção tratou de sugerir a troca de papéis a fim de que um entenda o que é ser o outro, haja visto filmes como "Sexta-feira muito louca" "Se fosse você" O Natal de Scrooge" e etc...Vamos refletir sobre isso também? 

Vamos nos colocar no papel do outro e tentar acertar nas respostas, na conduta , no olhar? Penso , sinceramente que iniciaremos uma nova cultura onde as coisas tendem a ser melhores atendidas e as pessoas mais felizes...fica a dica!!





sábado, 20 de outubro de 2012

DEPOIS DE 90 E TANTOS DIAS...







Saudades imensas de escrever aqui, de escrever de mim, para mim. De escrever de tudo, para todos. Acho prazeroso trocar ideias e crescer continuadamente.Apenas para esclarecer, como esse blog foi criado antes da campanha, não podia usá-lo enquanto candidata. Agora vamos que vamos!!!
Lema de hoje: Como mudar um cenário se os personagens não se unem?

Polêmica :Mulheres não votam em mulher, educadores não votam em educadores e por ai vai...

Não tinha como não falar de política. E o que conclui nessas eleições foi que as categorias mais engajadas com a luta de classes, com ideologia e preocupada com o bem estar social , não elegem quem os represente.Sem desmerecer nenhum dos eleitos que fizeram seu trabalho e merecem todo meu respeito, acho curioso que 52% do eleitorado ser feminino e não termos essa representatividade na nossa cidade,  Valinhos. Acho ainda mais curioso que tantos candidatos sejam professores e contudo os colegas elegem outros candidatos Fico pensando que mesmo quem é idealista, acaba se deixando levar pela necessidade e faz a escolha em cima do que precisa, mesmo que isso não satisfaça o coletivo. Contudo vejo isso de forma positiva. Vejo que precisamos ser mais engajados, mais comprometidos e mais unidos.As mulheres só conseguiram mudar a história quando se uniram, as classes só se valorizam quando se unem e para mim o que foi demonstrado nessas eleições é que vivemos uma utopia, uma falácia que precisa ser analisada , porque de fato nenhum de nós entendemos todo o processo. Estamos sempre tão envolvidas e envolvidos no nosso cotidiano que não paramos para analisar e sentar embaixo de uma árvore até que a maçã caia e nos faça enxergar o que realmente é preciso. Com isso convido-nos a pensar sobre a questão inicial: Como podemos mudar esse cenário?

quarta-feira, 27 de junho de 2012

EDUCAÇÃO NÃO É SÓ MATERIAL DIDÁTICO



Todos os dias reflito em como o papel do professor está amarelando...com o tempo, com a postura e infelizmente com as decisões dos governos. O professor é visto como um "mal necessário". "Uma classe que não é fácil de lidar." , segundo comentários ouvidos recentemente...Mas na verdade o que mais percebo é que é uma classe cansada! Cansada de acreditar , cansada de trabalhar, cansada de receber obrigações maiores do que as que constam nos PCN´s( Parâmetro Curricular Nacional) e Estatutos. O panorama é de uma classe que quando requisitada a opinar, não sabe mais como fazer? Se perde, se confunde, porque está tão assoberbada com as tarefas, com a burocracia, com o cronograma, que não sabe mais elencar as prioridades da situação. E isso não os torna culpados, muito pelo contrário, os torna reféns.Reféns dos superiores, das diretorias, das secretarias e de tantos outros órgãos que enxergam a educação como apostilados, carteiras, uniformes e merenda. Resumem simplesmente assim: Se tem alguém para estar na sala quando o aluno chegar, já é aula dada. E infelizmente a maioria dos professores acabam com o tempo,se enxergando assim também. Gosto muito de citar analogias e vou me remeter à uma especificamente que diz que quando o sapo é colocado numa água fervente ele pula de imediato, contudo se for colocado em uma água temperatura ambiente e aquecida lentamente, ele morre cozido. Somos assim, e em especial os professores que ficam tanto tempo sendo "afogados" pelo sistema  e não percebem como a água esta fervendo, e nem se animam a dar mais um movimento se quer. Então nos tornamos a classe desejável para qualquer administração. Aquela que concorda com tudo, que se cala diante de tudo, que tem medo de questionar, de opinar, de não aceitar. Ouço reclamações de insatisfações constantemente, e penso: " Poxa, diga isso. Faça-se ouvido!" Porque eu não concordo com tudo, e se não concordo , não concordo e pronto. Digo, explano, me exponho, porque na verdade estou satisfeita com a minha condição de professora, com o lugar que escolhi para trabalhar , com a minha postura. Por isso tenho tranquilidade de dizer o que penso, e gostar de algumas coisas e não gostar de outras. Estou segura disso. Amo cada um dos professores inestimavelmente. Admiro cada um pela qualidade que tem, pela seriedade que vejo, pela incansável disposição. E sonho com o dia que cada um se enxergará dessa forma também, e assim iremos nos ver unidos, juntos e valorizados por nós mesmos, para estender essa valorização para os demais. Educação se faz assim, com pessoas, profissionais valorizados, respeitados e cuidados. As estruturas só facilitam a educação, não a cria propriamente. Vamos pensar nisso?

quinta-feira, 24 de maio de 2012

VAMOS CORRIGIR OLHANDO PARA FRENTE?

Estive pensando essa semana que professor é uma das coisas mais fascinante que existe. Algo a ser pesquisado mesmo...Somos tão árduos, assíduos, apaixonantes e apaixonados, dinâmicos, ativos e contrastantemente excessivamente subordinados. Em nossas aulas de história expomos a ditadura militar e enaltecemos a democracia. Contudo no nosso dia a dia, vivemos a ditadura subliminar sem perceber.Daí conclui por mim mesma, que o grande mal é que corrigimos provas e textos demais. Estamos por muito tempo de cabeça baixa, compenetrados nas atividades e produções, que acabamos nos acostumando a viver assim...como se a dizer sempre : Sim Senhor! Então aparece uma determinação do governo , aumentando sua carga de trabalho.Nós com a cabeça abaixada já estamos dizendo sim! Depois uma determinação da secretaria tirando um benefício, e nós dizemos: Sim Senhor! Resolvem mudar o plano de carreira e só a nossa categoria se prejudica com isso, e nós dizemos :Sim Senhor! Dentro da escola nos falam que vamos ter que dar conta, seja do aluno , seja da matéria, seja do documento que chega atrasado, e nós dizemos: Sim Senhor!! Não existe a democracia que insistimos em expor em nossas aulas, e até em vivenciar na nossa sala. É como se a sala de aula fosse um planeta isolado desse sistema. Lá dentro discutimos com nossos alunos o que é melhor para a sala, somos flexíveis sobre quase todas as atividades, criamos um clima de acomodação e auto estima para que os alunos possam participar de todas as disciplinas...e quando fechamos a porta dela, e adentramos os corredores ou outros espaços da escola essa democracia não existe. O mais irônico é que dentro da sala esse clima democrático traz resultados maravilhosos. Alunos que se sobressaem, produções de textos riquíssimas e bem posicionadas, opiniões explícitas do aluno, evolução na aprendizagem, alunos com auto estima considerável, diminuição da evasão, melhora na aquisição dos conceitos, enfim uma sala feliz e com resultados. Então parece que esse clima funciona, certo? Por que então ele não pode ser estendido para o restante da escola, da rede, do País? Quando nós professores vamos nos conscientizar que somos as formiguinhas mais numerosas de todas as categorias e ao mesmo tempo as mais desunidas também. Corrigir provas e textos é necessário. Mas acho que devemos tomar como prática que olhar o horizonte é a única forma de deixar alinhado nossos olhos e permitir que nos vejam com a cabeça erguida, e não com a suposição de que estamos sempre dizendo sim para tudo.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

SOU BIPOLAR REDEFINIDA

E eu sou assim mesmo...consigo em questão de minutos sair de um estressante atendimento , chegando a ligar na ouvidoria e tudo o mais, e calmamente elogiar um outro atendente e me sentir agraciada pelo atendimento deste. Tenho a capacidade de ir aos dois extremos simultaneamente sem sofrer. Consigo dizer o quanto uma atitude é desumana , torpe, cruel sem aumentar meu tom de voz e parar para agradecer alguém que me deu a devida atenção do outro lado da linha Então fiquei pensando que isso é uma espécie de bipolaridade.Pior, achei isso lindo! Saber que sou capaz de perceber, analisar, criticar, me expressar sem me atingir me fez sentir o máximo. De onde isso veio, qual a genética contida ou de que herança recebi, não faço a menor ideia. Não sei se nasci assim ou se me tornei assim, mas o fato é que os meus dias são sempre leves. Sempre agradáveis. A minha rotina é sempre prazerosa e estou sempre feliz, sorrindo. Porque descobri que ruim não é a vida. Ruim são algumas , graças à Deus, algumas poucas pessoas. E elas são tão ruins que nem a competência de estragar meu dia elas têm. Não é o máximo? E curioso é que pessoas boas, alegres , sorridentes, felizes me animam tanto, como se houvesse uma troca, entende? Isso me alimenta, isso eu recebo. O restante eu devolvo, como um presente que não gostei. Assim aquilo que é mal fica com quem carrega, jamais comigo.E você é bipolar redefinida(o) também? 

PS. Preciso confessar que morri de saudade de escrever...pareceu uma eternidade.Ô coisa boa, ter esse cantinho!!!!!

terça-feira, 10 de abril de 2012

Simplesmente Simples

Escrevo porque amo escrever, escrevo porque adoro ler. Acho que expressar o sentimento e a opinião nos faz  vivo, diferentes e menos indiferente. Não sei como seria ter a passividade de assistir apenas. Não sei como seria não sentir a inferência diante das polêmicas diárias. Assim, falo demais, escrevo demais e vivo demais. Coisas boas e ruins acontecem a todo tempo e para todos." O tempo e o acaso vem para todos" já profetizado em Eclesiaste. Hoje mesmo me surpreendi com um tratamento tão diferenciado. Uma alegria no atendimento tão absoluto que me deixou feliz, apenas por estar do outro lado da linha.Acho magnânimo que as pessoas ainda se importam em dizer " Boa tarde" de verdade, de serem gentis mesmo impossibilitadas de ver seu rosto, o que denota que elas simplesmente são simples. São boas de verdade e que tratar bem não é incômodo, antes é prazeroso. Também me surpreendi com o descaso, o deboche , o tratamento impessoal e indiferente feito frente a frente. Vivi em dois dias situações tão opostas que me fizeram refletir e questionar: O que leva uma pessoa tratar bem ou tratar mal seu semelhante? Que vantagem leva ao se indispor e qual vantagem leva ao se dispor? Quanto custa um sorriso ao responder bom dia, ou " vai tudo bem, glória a Deus!", e quanto custa uma interjeição negativa, um riso de deboche, um assovio malicioso, um descaso? Quando criança ouvia sempre que " A mesma boca que abre para falar coisas negativas, abre para dizer coisas boas".  Esse tipo de ensinamento me faz pensar antes de falar, em agradecer pela educação, em elogiar pelo atendimento, bem como de deixar claro meu desagrado e descontentamento. Consigo resumidamente dizer a pessoa o quanto ela foi benigna e se necessário o quanto ela foi maligna. Não porque sou dona da verdade. Não sou e nem tenho essa pretensão. Mas porque me posiciono , me expresso, existo e não quero guardar tudo em mim. Da mesma forma que comento sobre a má vontade e indisposição, procuro disseminar o bom atendimento ainda com mais frequência. A minha conclusão é que ser simplesmente simples implica em tratar as pessoas bem, sorrir mesmo no telefone, ouvir a outra pessoa e pensar que o problema dela poderia ser o seu. Simplesmente simples é acreditar que o dia em suas 24 horas nos dá a chance de fazer as coisas certas ou as coisas erradas com a mesma intensidade e na mesma proporção. O que eu farei com elas, é que é a verdadeira escolha. Então não vamos complicar, vamos ser simplesmente simples?